terça-feira, novembro 23, 2010

Não ser

Por vezes estou letárgico, dúbio, indiferente.
Pairo sobre tudo e nada, vegeto, sobrevivo,
existo
e não sou.
Então, o tempo também não passa.
Invento aquilo que sou capaz, o que é pouco
e portanto não me satisfaz.
A minha noção das coisas é difusa, obtusa, 
rasa a realidade
mas está aquém,
ou, digo bem,
além,
na semi-obscuridade da neblina,
em que repousam indiferentes os seres cansados de não ser.

Gil Teixeira

quinta-feira, novembro 11, 2010

Coisas que irritam #13

Malta que arruma discos dos Joy Division ao lado dos discos dos Velvet Underground.

terça-feira, novembro 09, 2010

Os meus sonhos pope




É que a minha relação com a música pope é sobretudo emocional. Uma torrente de Amor e seus derivados. O que vale de mim a aguda noção de pertença ou a fuga armada em direcção a um sentido comunitário? Não faço ideia.

sexta-feira, novembro 05, 2010

Segundo Postal Para Os Músicos Portugueses


A grande diferença entre a música pope feita hoje em Portugal e a da década de 1980 é que hoje o fosso entre a coisa marginal e a coisa mais popular é muitíssimo maior. A densidade desse buraco está também ligada às formas que a coisa marginal insiste em colocar em causa.

quinta-feira, novembro 04, 2010

A Verdade Nacional! surge porque a prótese dentária que colocaram 
na boca de Portugal não substitui o marfim que sonhamos para ele.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Nome

Eu gosto de rótulos. É uma maneira simples e fácil de organizar o mundo. Poupam-se mal entendidos embora se criem outros, mas esses têm piada, ou pelo menos dão alguma pica. Por isso tenho tentado dar um título, mais ou menos pomposo, à visão que tenho das coisas do mundo. Depois de duas tentativas mais ou menos infelizes acredito ter encontrado o rótulo mais adequado. Provavelmente diria para não se assustarem mas dá-me um certo gozo provocar reacções fortes. 

terça-feira, novembro 02, 2010

Viriato 25


A relação que tenho com o António Sérgio é algo mais ou menos distante e está situada em primeiro lugar na minha infância através da mediação do meu irmão e irmã mais velhos que ouviam e gravavam cassetes do Som Da Frente. Recordo ainda o efeito que esses programas  tiveram no meu irmão que com 15 anos chegou a ter um programa na Rádio Voz Ponte Velha, (durou 2 modestas emissões) chamado Orifício, no qual se passavam discos do Marco Paulo em rotações erradas, Pixies e ainda alguma maledicência apontada à comunidade Tirsense. A partir da minha infância mais tardia comecei a consumir os tais registos e foi, também, através deles que o meu repertório musical interior se foi consolidando. Lembro precisamente a primeira vez que ouvi a canção Saudade dos Love and Rockets numa dessas gravações e por isso vou pô-la a tocar.

segunda-feira, novembro 01, 2010