quinta-feira, dezembro 30, 2010

A minha lista de 2010

Alguns discos e a tradução de um monumento
(porque o cinema esteve cadavérico):





2010 em frases curtas

Deus lançou sobre mim alguma Graça neste ano que passou. Para além da pujança dos Golpes, onde milito, ainda tive a alegria de começar o processo d'Os Lírios Do Campo e de ter produzido um disco que se espera ser um dos grandes do ano que começa em breve. Estou a falar do disco dos Velhos como é óbvio. Não deixei de fumar. Conheci muitas pessoas novas e travei amizades com algumas delas. Cantei ao lado do vocalista da melhor banda portuguesa de sempre, trabalhei com o melhor técnico de som de Portugal e ilhas. Fui reconhecido por um dos empregados do café da esquina da minha rua por ter ido a um programa de televisão da TVI. No seio da Amor Fúria ajudei a editar 5 belos discos em 365 dias, um deles uma compilação com 11 títulos de 11 entidades criativas. Fui tocar ao Coliseu - onde vi o Nick Cave, os Sonic Youth com e sem Jim O'Rourke, os Tindersticks e os Violent Femmes - e voltei para casa a seguir. Descobri coisas novas mesmo boas como os Capitão Fausto ou as Pega Monstro. Fiz demasiados planos e concretizei alguns. 

E mesmo, mesmo a fechar o ano agradeço ao Francisco Xavier, vocalista dos Velhos, por me ter devolvido a paciência para o Tom Petty e os Quebra Corações. Para o ano há mais. Muito mais.


como é óbvio a escolha da canção não é inocente

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Intimidade ii

estrada velha
casa antiga
pus o dedo na tua ferida

do cancioneiro dos Capitães da Areia

Intimidade i



Não está em meu poder a possibilidade de escapar a esta intimidade com uma certa ideia de Portugal. É uma associação recíproca entre o sujeito da canção e as ruínas que restam de um país que não é o da Selecção Nacional de Futebol, nem do Tomás Taveira, nem dos centros-comerciais-que-são-os-maiores-da-península. É de outra ordem e é possível encontra-lo nesses lugares ondes os homens jogam cartas e falam pouco, onde o porco é morto em família, onde a maquinaria das coisas reserva-se a não alinhar com uma certa ideia de progresso.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

A cruz que me foi entregue

Não será tanto uma inclinação patriótica como ideia de uma disposição serviçal, discricionária, indiferenciada aos desígnios da nação, mas antes qualquer coisa mais próxima dos versos de Alexandre O'Neill no poema Portugal (Feira Cabisbaixa, 1965): "Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo, / golpe até ao osso, (...) meu remorso, / meu remorso de todos nós...". 

sexta-feira, dezembro 24, 2010

terça-feira, dezembro 21, 2010




O problema da redenção jaz decerto na cratera que toma o lugar do corpo do homem perdido.

Julião Martinho 

terça-feira, novembro 23, 2010

Não ser

Por vezes estou letárgico, dúbio, indiferente.
Pairo sobre tudo e nada, vegeto, sobrevivo,
existo
e não sou.
Então, o tempo também não passa.
Invento aquilo que sou capaz, o que é pouco
e portanto não me satisfaz.
A minha noção das coisas é difusa, obtusa, 
rasa a realidade
mas está aquém,
ou, digo bem,
além,
na semi-obscuridade da neblina,
em que repousam indiferentes os seres cansados de não ser.

Gil Teixeira

quinta-feira, novembro 11, 2010

Coisas que irritam #13

Malta que arruma discos dos Joy Division ao lado dos discos dos Velvet Underground.

terça-feira, novembro 09, 2010

Os meus sonhos pope




É que a minha relação com a música pope é sobretudo emocional. Uma torrente de Amor e seus derivados. O que vale de mim a aguda noção de pertença ou a fuga armada em direcção a um sentido comunitário? Não faço ideia.

sexta-feira, novembro 05, 2010

Segundo Postal Para Os Músicos Portugueses


A grande diferença entre a música pope feita hoje em Portugal e a da década de 1980 é que hoje o fosso entre a coisa marginal e a coisa mais popular é muitíssimo maior. A densidade desse buraco está também ligada às formas que a coisa marginal insiste em colocar em causa.

quinta-feira, novembro 04, 2010

A Verdade Nacional! surge porque a prótese dentária que colocaram 
na boca de Portugal não substitui o marfim que sonhamos para ele.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Nome

Eu gosto de rótulos. É uma maneira simples e fácil de organizar o mundo. Poupam-se mal entendidos embora se criem outros, mas esses têm piada, ou pelo menos dão alguma pica. Por isso tenho tentado dar um título, mais ou menos pomposo, à visão que tenho das coisas do mundo. Depois de duas tentativas mais ou menos infelizes acredito ter encontrado o rótulo mais adequado. Provavelmente diria para não se assustarem mas dá-me um certo gozo provocar reacções fortes. 

terça-feira, novembro 02, 2010

Viriato 25


A relação que tenho com o António Sérgio é algo mais ou menos distante e está situada em primeiro lugar na minha infância através da mediação do meu irmão e irmã mais velhos que ouviam e gravavam cassetes do Som Da Frente. Recordo ainda o efeito que esses programas  tiveram no meu irmão que com 15 anos chegou a ter um programa na Rádio Voz Ponte Velha, (durou 2 modestas emissões) chamado Orifício, no qual se passavam discos do Marco Paulo em rotações erradas, Pixies e ainda alguma maledicência apontada à comunidade Tirsense. A partir da minha infância mais tardia comecei a consumir os tais registos e foi, também, através deles que o meu repertório musical interior se foi consolidando. Lembro precisamente a primeira vez que ouvi a canção Saudade dos Love and Rockets numa dessas gravações e por isso vou pô-la a tocar.

segunda-feira, novembro 01, 2010

quarta-feira, outubro 13, 2010

Cidade Capital

sexta-feira, outubro 08, 2010

A Língua Da Tua Mãe

 com certeza que escolho uma imagem com um belo par de patilhas

O Mário Vargas Llosa é o novo prémio nobel da literatura e disse assim. 
Não sou apenas eu que recebo este prémio, 
é também a língua em que escrevo e a minha região.

quinta-feira, setembro 30, 2010

Só para avisar aqueles que poderão estar interessados que o processo d'Os Lírios Do Campo está neste momento refém de outras produções prioritárias. O disco em causa voltará à carga em tempo útil. Até lá.
ele alucina, ele inventa
um país diferente, um amor infinito
mártir de toda a gente

anda tudo a acontecer minha gente, tudo a acontecer.

Institucional 3

Institucional 2

Institucional

terça-feira, setembro 07, 2010

Setembro em Évora

Estou com Os Velhos em Évora. Esta será a minha mais comprometida produção musical até à data. Estou na companhia da lenda do som, José Fortes (procurem no google). Aprendo e anseio. Daqui a muitos anos comover-me-hei a ouvir os resultados desta temporada. É que não passa apenas pelo artifício sonoro da edição em causa ser convenientemente amigo de uma sensibilidade neo-realista, mas também passa por aí.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Ele sabia que ela era a sua salvação



Fria mas bondosa, glaciar 
racional só que instintiva 
madura mas ainda uma criança 
deste tempo 
de outro tempo 
Muito ingénua, muito agreste. 

Alice, uma rapariga atlântica

a lembrar o primeiro visionamento do  8 1/2

sexta-feira, agosto 20, 2010

Sou de um País

Castelo de Areia
Que o mar aprendeu a respeitar

segunda-feira, agosto 16, 2010

Lírios Do Campo - Dia Dez

Após a avalanche de convidados, o período de captação sonora acalma e passamos a trabalho de computador.
Desta maneira Os Lírios Do Campo encerram a sua actividade por agora. Segunda Volta de gravações para breve. Até lá.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Os Lírios Do Campo - Dia Nove



Sol, Azul e Violência. 
Hélio, a Besta, Morais (dos Linda Martini e dos Paus) passou pelos Lírios do Campo e libertou animais selvagens para cima de uma canção chamada Jogo Do Sapo. Estivemos a tarde inteira a descodificar a melhor maneira de revelar a intensidade que se comprime num homem do campo quando está numa cidade grande, como o Júlio d'Os Verdes Anos, encalhado entre a Avenida de Roma e a Estados Unidos da América. Depois ainda cometi a audácia de colocar o Hélio de pantufas a acompanhar uma balada cujo título dá nome ao disco. É obra.

Lírios Do Campo - Dia Oito ("aos vivos")



Regressei às baterias e desta vez foi o Fred dos Orelha Negra, dos Oioai e de mais mil coisas deste nosso Portugal, que me ajudou a animar as guitarras e as palavras. Foi uma tarde com sol, minis, discos dos Beatles e inspirações negras. "Lá Na Aldeia" e "Em Virtude De Um Rio": canções que para celebrar pessoas vivas.

quarta-feira, agosto 11, 2010

Lírios Do Campo - Dias Seis e Sete


O Silas partiu algures para os Algarves. Agora estou apenas eu a gravar, num exercício Brian Wilsoniano só que em pior. Escolhi as canções mais duras para fazer sozinho e a coisa está ser de facto mais difícil. Estas cantigas dão dores de cabeça, não tanto no aspecto formal antes pelas coisas que têm lá dentro. Hoje esteve um dia esplendoroso e eu aqui enfiado. Preciso de luz. Até logo.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Lírios Do Campo - Dia Quatro e Cinco



O Montenegro mandou-se para a Mizarela, lá para os lados da Guarda, na Beira Interior, mas deixou algumas das melhores linhas de baixo que ouvi nos últimos tempos. Domingo é para descansar e para agradecer a Deus o privilégio de poder estar a gravar estas músicas, para agradecer os amigos e o seu talento e também as armas que me deu.
Entretanto chegou Silas Ferreira, o Ruim, o Maldito, o Hispânico (Te Voy A Matar, Ninivitas, Pontos Negros) com o seu triste oboé e ideias para samplar velhos êxitos dos Aphrodite's Child. Fortuna a minha de ter um Pai com alguns LPês. 
Isto está cada vez melhor...

sábado, agosto 07, 2010

Lírios Do Campo - Dia Três



A carruagem segue na companhia do Luís Montenegro. O sacana do miúdo é mesmo talentoso. Não só sabe das eletrónicas como tem grande apetência para as melodias. 
Avançámos três cantigas com uma pinta do caraças. A coisa descambou para o lado épico, como é mais ou menos normal nas aventuras que começo, mas a referência é menos Arcade Fire e mais Waterboys (We Will Not Be Lovers). Citação do Luís: Meu, tens de ouvir isto!, filha da mãe dum páuer!
Nos dias que se seguem mais gente deverá parar por aqui. Menos a Miriam Macaia que levou uma cutelada  no dedo mindinho e não consegue segurar no arco. Procuram-se violoncelistas ou viola-gambistas ou viola-arquistas. Alguém?

Lírios Do Campo - Dia Dois


O Martinho voltou para Ponte de Lima, mas deixou um harmónio reverente e um teclado que me casablanqueou completamente uma cantiga bem acelarada (acho que lhe vou chamar "Canção Para Casar Contigo"). 
Quem chegou entretanto foi o prodígio das eletrónicas, Luís Montenegro (na fotografia em cima é o da direita), dos SALTO e dos Klinton Kings. Com ele por cá os Lírios ficam mais próximos das coisas dos novos tempos. 

sexta-feira, agosto 06, 2010

Lírios Do Campo - Dia Um


O som ficou feito e já estão registadas três baterias, à custa da competência do Lucas.
Em virtude de uma investida fluvial pelo Alto Douro teve de se ausentar d'Os Lírios do Campo. 
Hoje chegou o Martinho, do Deserto Branco; esperam-se teclados pim pam pum e reverberação, muita reverberação.

quarta-feira, agosto 04, 2010

Lírios Do Campo - Dia Zero



Chegamos na terça-feira à noite, o dia que precedeu a gravação do novo teledisco d'Os Golpes. 
O plural existe porque conto com a assistência e sensibilidade sónica de Lucas, o baterista místico. Enquanto não está com Os Velhos está por aqui a ajudar. 
Já está tudo montado. 
Começamos a fazer o som hoje, quarta-feira.

quarta-feira, julho 21, 2010

Contemplai os lírios do campo


É Verão e O Inventor está a meio gás.

quinta-feira, julho 08, 2010

Primeiro Postal Para Os Músicos Portugueses



Um dos mais graves defeitos de sucessivas gerações de músicos portugueses, pelo menos até 2008, é a profunda falta de empatia com a inocência que a coisa pope exige, pede, reclama.




Sofro porque existem pessoas que entram nos meus sonhos enquanto durmo. 

Uma delas há já 10 anos que me aparece no sono. 
Estes sonhos perturbam-me porque alteram os meu sentimentos.
 Quando eu sonho perco a razão e sinto coisas que não quero. 
Não quero acordar a gostar dela. 
Nem a querer abraça-la. Nem a sorrir. 
Esse é um erro antigo.
Não quero regredir.




Quando amo alguém faço-o para sempre. 
Mas por várias razões sempre sou obrigado a descontinuar o amor. 
Isso é muito triste.

Vou ter de ganhar coragem e aceitá-la também nos meus sonhos, para sempre...


quarta-feira, julho 07, 2010

Postal para Marcos Barbosa



pisquei várias vezes os olhos
continuando incrédulo perante as suas façanhas
saltos, cambalhotas e piruetas, fintas aos postes no passeio 
e também quedas espalhafatosas aguentadas
na elasticidade do seu corpo
de super herói.

Sou de um País





os capitães da areia, porto côvo, vila do conde, moreira de cónegos, velocípedes órbita, 

ser adolescente e descobrir as coisas pela primeira vez.

sexta-feira, julho 02, 2010

Agenda

Este Domingo pelas 15.00 estarei no Estoril a falar sobre a Verdade Nacional. Aqui. Hã? O quê?

quinta-feira, julho 01, 2010

Sou de um País


arma pronta a disparar o ridículo. Sem medo do ridículo, sem medo do ridículo.

quarta-feira, junho 30, 2010

Chave de Leitura #3


Tinha doze anos e descobriu na prateleira do seu irmão mais velho o "Never Mind The Bollocks" e o "Rude Boy" com o Clash.

segunda-feira, junho 28, 2010

Um fim de tarde particularmente gago

Estive a conversar com a cara Inês Menezes. Está aqui.

sexta-feira, junho 25, 2010

já fui moço 
já sou homem
só me falta ser mulher
Popular

quarta-feira, junho 23, 2010

Chave de Leitura #2



Ele não compreendia que ela tivesse preferido um rapaz que ouvia o Vitalogy em vez do Qualquer Coisa.

terça-feira, junho 22, 2010

Coisas que irritam #12

A construção de uma identidade precária. Ou, de um modo geral, qualquer manifestação de mediocridade.

sexta-feira, junho 18, 2010

Imagino

um lugar a preto e branco, um lugar onde se nasce para correr, um lugar sem vingança.  Nesse lugar é tudo muito alto e há fervor em cada passo ou em cada acorde. Nesse lugar quem manda é o Bruce Springsteen.

quinta-feira, junho 17, 2010

SINOPSE DA VERDADE-NACIONAL!


Ele parte de si próprio. Da sua fundação. Do momento inaugural, a parição da História. Ele não é ele, é todos. Um homem vezes todas as histórias de todas as guerras, de todas as mortes, de todos os sangues, de todos os choros, de todos os dentes arrancados em Portugal, país por concretizar. Regional, coração transparente, extirpa-te das tripas a Pátria encravada e devolve-ta exactamente assim: escarro, sonho, parede pintada que afirma exactamente assim: "É claro que acredito no Quinto Império, porque senão o acto de viver era inútil", quem o diz é o Agostinho da Silva, vais contrariá-lo?

Sou de um País

cuja selecção nacional de futebol é Raça.

quinta-feira, junho 10, 2010

É oficial, o aportuguesamento gráfico roque já é património púbico.

quarta-feira, junho 09, 2010

Tens de acreditar na existência de uma terra do coração 
numa Terra do Coração 
Adrian Borland

segunda-feira, junho 07, 2010

Sou de um país

que não é de cimento (...) cuja canção nacional é o fado, só que ao contrário.

A Canção de Lisboa

A propósito da vinda de Bento XVI a Portugal e do seu discurso perante os agentes culturais no CCB, reparo no séquito que apresenta reverência a Sua Santidade, ainda em cima do palco do Grande Auditório. A representar a música popular portuguesa está a Carminho. Não está o Rui Reininho, nem o Rui Pregal da Cunha, nem o Pedro Ayres Magalhães nem o Tim. Nem sequer a Ana Bacalhau ou o Sérgio Godinho.
Fado, fado, fado: canção de um país endividado.  
Morram os fadistas! 
Queimem as guitarras!
 Com tantas semanas que há para aí, 
porque é que não fazem
 uma semana anti-fado?!

diz o Vasco Santana 
e com razão n'"A Canção de Lisboa"
www.amorfuria.pt

sábado, junho 05, 2010

Razões para uma ausência


 Alguma indisciplina
Avaria informática
 Azar
Outro azar

Conta-me um querido amigo que devemos concentrar-nos no
quão generosos são os momentos em que 
o martelo não bate na cabeça.

Não faço ideia,
 sou um novo Novo Romântico com ambições salteadoras.

O Inventor está de volta à sua actividade regular.

quarta-feira, abril 21, 2010

Chave de Leitura #1

À beira do abismo o homem gritava: Eu não sou eu!
Cá em baixo as pessoas refutavam: Tu és tu!
O homem caiu e as pessoas aperceberam-se que de facto não era ele, era o primo.

terça-feira, abril 20, 2010

ABRIL

Abril é o meu mês. Isto tem a ver com aniversários, com a ilusão de 1974, com dois ou três filmes que vi no cinema e outros tantos que vi na televisão, com as andorinhas, com a chuva que aprendemos a deixar cair, com a fonética da própria palavra: A  BRIIL.
Como todas as coisas boas, Abril é uma ideia, uma boa ideia, por isso nem todos os anos se concretiza e às vezes a sua concretização não acontece necessariamente em Abril. Enuncia-se uma canção do próximo disco d'Os Velhos, é o tempo dos passeios, duas da manhã, noites sem dormir.

Abril, em 2010, é um processo já em curso. 

Sou de um país

que guarda a claridade como um dos seus principais atributos.

segunda-feira, abril 19, 2010

queriam ser Ingleses porque na Inglaterra há Trabalhistas (e uma bela bandeira) queriam ser Americanos porque nos Estados Unidos há Democratas (e uma bela bandeira) queriam ser da Cultura Popular sem se sentirem estrangulados pelo inexorável juíz da Esquerda Intelectual do seu país em Portugal queriam cantar, dançar e eventualmente partir uns vidros formaram uma banda e chamaram-lhe "LEGIÃO ESTRANGEIRA" todos os elementos do agrupamento, sem excepção, estranharam tão boa recepção por parte dos sectores da especialidade aborrecidos com tanto consenso apontaram um caminho situacionista a ver se a coisa icendiava durante um tempo usaram o nome "OS PORTAS" que abandonaram por serem tomados por número de revista

 continua

Um Novo Mandamento

Não referirás Os Strokes para situares uma banda que conheces mal e porcamente.

terça-feira, abril 06, 2010

Vinte e Sete

  1. a idade da Janis Joplin;
  2. uma geração de poetas espanhóis;
  3. a idade do Jim Morrison;
  4. uma série de filmes de um grande amigo;
  5. a idade do Jimmy Hendrix;
  6. a idade do Kurt Cobain;
  7. menos um número, antes uma vocação.

segunda-feira, abril 05, 2010

A segunda-feira que sucede o Domingo de Páscoa

O primeiro passo é dado na margem citerior, de olhos colocados no lado de lá e depois compreende-se:
A narrativa Bíblica, da História, do quotidiano ou das coisas por acontecer, é clara:
A liça está sempre aberta:
Não há senão começos:


domingo, abril 04, 2010

O meu catolicismo

está já tão entranhado, que em plena A1, atropelei um coelho no Domingo de Páscoa. Rituais pagãos tremei!

A veracidade dos factos, aliada à coicidência das circunstâncias validam a escrita de um postal no Domingo de Páscoa.

sábado, abril 03, 2010

quinta-feira, abril 01, 2010

Panfleto

A relação entre a canção, o real e a ficção, encontra sustento numa inevitável atracção magnética. Na torrente rítmica de uma expressão cantada deverá ser considerada a plausibilidade de pesadas gotas de sangue ou outras flores, de outras cores.

quarta-feira, março 31, 2010

O Melhor Álbum Dos Anos Zeros

é este: A Ghost Is Born, em português, Nasceu Um Fantasma - WILCO. 


Está tudo certo neste disco: épicas nostálgicas progressões, canções pope directas, aguçadas e a brilhar, roque lixado desempoeirado pronto para partir todos os vidros de todas as casas, durações animais; e depois as ligações estéticas completamente ao rubro: o country e toda a americana, o vanguardismo de Chicago via Jim O'Rourke (que é o meu produtor preferido), o roque ene role que se fazia sentir em Nova Iorque e em todo o lado.

Ele faz-me improvisar segundas vozes sem eu me aperceber, ele é portador da derradeira verdade da ideia do álbum: um conjunto de canções reunidas num objecto que tem uma capa, uma intenção, e que acrescenta mundivisão. Sim, disse mundivisão.

sábado, março 27, 2010



quinta-feira, março 25, 2010

Expressões Idiomáticas

Nunca perceberei o Hip Hop (circunstâncias de ser católico menino branco), mas há rimas de valor. Rimas com muito valor. Como esta que nunca saiu do meu espírito e cuja permanência por aqui lhe adicionou um carácter proverbial.

Quanto mais o tempo passa, mais hipóteses de ressaca.


Coisas Que Irritam #11

Confundir Humildade com Auto-Flagelação. Quero dizer: aquela linha joão-pedro-pais-tenham-pena-de-mim-que-sou-um-coitadinho.

Coisas Que Irritam #10 (ou das vicissitudes do quotidiano de um rapaz solteiro)

Ser forçado a colocar água no interior do recipiente de modo a conseguir obter mais champô.

terça-feira, março 23, 2010




Equinócio legendado

Não compreendes que a Primavera renova todas as nossas intenções?
Se estivesse unido contigo em matrimónio festejá-lo-ia neste dia.
A sério.

sexta-feira, março 19, 2010

Portugal, Seu Amor

Estar de frente sempre de frente de frente sempre para o mar atlântico! 
(é que o meu amor está no lugar onde me ergui)

Apesar da sua face estar virada para a Europa, este sítio prova a possibilidade de uma compatibilidade ideológica (é que o seu amor está no lugar onde se ergue).

quinta-feira, março 18, 2010

Sou De Um País

encerrado num mistério atlântico.

Panfleto

  1.                   que celebre a vida, um cinema vivo;
  2.                   que não tenha de ser bom, tenha de ser sério;
  3.                   que assuma filiação em Kiarostami via Rosselini;
  4.                   que destrua as fronteiras da ficção e do documentário;
  5.                   sem actores;
  6.                   com pessoas;
  7.                   que confunda ontem, hoje e amanhã;
  8.                   pobre;
  9.                   que é produzido no improviso e na reacção;
  10.                   da assimetria, da rua, da sujidade, da beleza e de Portugal;
  11.                   que interfere no devir.

Com dedicatória e saudade para o Tiago.


quarta-feira, março 17, 2010

O Sabor do Sapo

Por ser saloio ou por pura contigência da idade, nunca me permiti a gostar de Pink Floyd para lá da fase Syd Barret. Recordo certa noite, em plena frescura universitária, o sabor do sapo que engoli ao reconhecer a grandeza do Meddle, não terá sido particularmente azedo mas ainda assim um anfíbio traqueia a baixo a tornar claro que o após 1967 não era bem aquilo que eu tinha construído na minha cabeça. Foram precisos alguns anos e algumas experiências sonoras em banda para chegar mais perto daquilo que é a expressão fiel da natureza do agrupamento inglês. Dessa aproximação não restou qualquer porção da ingenuidade antecedente. Assim, sem penas. Syd Barret continua a dominar certa parte dos meus sonhos pope, mas o que veio a seguir parte tudo. Verbo Partir, de quebrar.

No quotidiano que percorro agora, invariavelmente deliro com ilusões de Pompeias, Ecos, Cães, Diamantes Marados, Paredes e Lados Obscuros. E Pompeias, Pompeias...

Com dedicatória para Luís Afonso.

quinta-feira, março 11, 2010

dois motivos para a circunstância de não estar presente

fúria
mecanismo fabril
recusa em colocar termo a uma disposição 
(própria para batalhar)

 *

fúria
administração febril
recusa em colocar termo a uma disposição 
(própria para cantar vitória apenas e só no momento preciso em que se morre)

sexta-feira, março 05, 2010

Sou de um país

cuja existência é proporcionalmente directa aos navios que coloca no mar.
O navio a vapor era retratado como portador de luz e de rectidão moral, descreve Sven Lindqvist em "Extreminem Todas As Bestas". A citação é transposta para aqui apenas e só nesta medida: que veículo, que monumento, que edifício, que invenção o fará agora? Que representação o fará no futuro? Nenhuma. Já não existem navios no mar.

quinta-feira, março 04, 2010

Meteorologia #7 (Projecto de Vida)

Muita luz a trespassar o manto branco da camada nebulosa que aperta Lisboa. Condição de cidade quase, quase lá, mas como se sabe a metrópole lida mal com tudo o que seja menos que o esplendor. É como o som dos tambores que atravessa todo o Aftermath, caixotes a reverberar num enorme salão de baile, 1966. Projecto de vida: sacar um som de bateria assim em 2010.

terça-feira, março 02, 2010

Possibilidade

que seja impossível estar sentado, viver descansado.
que seja impossível contemplar na margem de um rio.
que não haja nunca paz.
que não se possa passear, imaginar um jardim.
que à nossa volta seja só medo e terror, expectativa de dor.
que seja impossível o mar parado, morrer descansado.

segunda-feira, março 01, 2010

Coisas que irritam #9

Mariza

Panfleto

A Barbárie Começa Em Casa

Rapazes que não se submetem, que não crescem, devem ser tomados pela mão. Raparigas que não se submetem, que não assentam, elas devem ser tomadas pela mão. Um golpe na cabeça é o que levas por perguntar. Um golpe na cabeça é o que levas por não perguntar.

A pedagogia é de Morrissey, deus das flores e dos massacres; a lixada-guitarra-encantada é do Johnny Marr.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

A Invencibilidade do Estado Melacólico Causado Pela Falta de algo

A lgures entre 1990 e 1999 sentiu-se odor a ressaca, bloqueio angst, forças de reacção. Mas, apesar de todas as tentativas, nem os Radiohead conseguiram matar a coisa pope. Das páginas desse comatoso libretto, até 2010 foi um salto, e na duração desse salto renasceu o roque, o apreço pelas formas pope clássicas, a sistemática exploração do imaginário sonoro e imagético de todos os excessos e não excessos dos 1980 e muita, muita criatividade proliferada em dezenas de "cenas", daqui até Brooklyn. Pelo menos foi assim que organizei mentalmente a coisa.

Por estarmos mais sozinhos e porque vamos ficar cada vez mais sozinhos, porque a experiência comunitária se fragmenta e fragmentará cada vez mais, porque os ícones agregadores ou as referências morais, sociais e políticas se vão tornando cada vez mais oblíquas, cada vez mais opacas, cada vez mais passíveis de indiferença, das duas uma, ou isto vai tudo pelos ares ou o caminho que começou em 2000 agravar-se-á. O que, musicalmente falando, pode ser bom. São estas as circunstâncias que geram coisas como os Animal Collective ou o Tiago Guillul, a Micachu ou Os Capitães da Areia. Ainda há algumas peças de fundo de catálogo para explorar no filão 80 e há quem, naturalmente, prefira o conforto de um lugar que já foi habitado ao confronto com a fragilidade daquilo que virá. A nostalgia, magia, doentia prosseguirá, invicta. O futuro atropela-nos, rápido, violento, sem penas, na Internet e fora dela, as canções que povoarão os próximos dez anos serão necessariamente resistência ou cedência a todos estes mal-entendidos. Daí que se espere criatividade, cores e foguetes, excesso na oferta e na forma, exercícios revivalistas. Nos entroncamentos onde se pensa em Português, parece-me que a grande resistência e criatividade estará presente aí, nas palavras e no instinto tropicalista: pegar a coisa, virá-la ao contrário e torná-la nossa.


Pessoalmente, é essa a minha esperança e a minha luta. Aquilo que ainda agora começou tem pelo menos dez anos para continuar. E ressoar.


Mas, na verdade verdadinha, se querem que seja honesto, tudo isto não interessa para nada, o que se espera sempre, seja em que década for, são grandes bandas, grandes artistas e grandes canções capazes de nos arrebatar e transportar para longe. Se é para sermos atropelados, que seja pela música. Até lá.

Isto está disponível no Diário de Notícias de hoje.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Raça da Verdade

Por falar em Homens-Verdade, aqui vai outro, menos Hipnótico Menino Branco, mais Católico Menino Branco. Jim Carrol e a sua banda-verdade, com a canção-verdade "People Who Died". Gente Que Morreu, em português.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Sou de um país

onde habitam os Homens-Verdade. Os Homens-Verdade são feitos de transpiração, de sangue, de choro. São construídos a partir de lobos. Têm terra nas unhas das mãos que não roem e nas frinchas da testa onde é possível interpretar a existência de luz e outros raios. São Homens que ostentam o nome que Deus escolheu para eles e que não ignoram o peso e a autoridade de um rio. Providencialmente viajam em contramão. Na realidade não são bem bem homens, antes ideias. A primeira delas todas é o Bruno Morgado.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

a parte boa da coisa é o início da Quaresma e a renovação de todas as intenções. Intenção primeira: ser um animal feroz.

Mark Rothko, No. 1, 1964 
a lembrar o período do Carnaval

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

rima 

parece ser verdade, essa coisa da saudade
Sr. Joel, Motorista de Táxi

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Coisas que irritam #8

Quando nos servem copos promocionais que não correspondem à bebida que foi pedida.  
Alguém gosta de beber Sumol num copo de Super Bock?

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Gargalhada pós-moderna

A certa altura, durante o visionamento do Tudo Pode Dar Certo do Woody Allen, toda a sala se empolga em monumental gargalhada. Na cena em causa, um ultra-conservador  cavalheiro do Sul, apercebe-se da sua homosexualidade reprimida em conversa com um alegre Nova Iorquino, saído directamente do Sexo e a Cidade. É preciso, em primeiro lugar, entender que nos filmes do Woody Allen, existe apenas uma personagem, a sua. O resto dos bonecos que compoem o enquadramento não passam disso mesmo: figuras bidimensionais, estereotipadas, que servem na definição da personagem principal ou no propósito burlesco. Isto tem piada. Mas não foi o factor risível desta construção aparentemente primária que despolotou a reacção. Foi um equívoco, outra coisa que não está ali. Foi o sentimento-vida-moderna-urbana de quem vai ao ginásio (obrigado Francisco pela imagem certeira) e está a par ou compreende a coisa. De quem já topou o que vai dentro de um origami. Desta espécie de holograma do Rhett Buttler. É um estava-se mesmo a ver tão óbvio quanto infantil. Sorte de contentamento ou alívio perante o desconforto da figura ultrapassada. Ah bom, afinal é como nós.
Vi a Fernanda Cãncio entrar para a sala de cinema, não faço ideia se participou ou não da catarse que aqui descrevo.

Da nossa insignificância

Invictus aborda a História como toda a História deve ser filmada, sem intenções virais, pairando sobre a memória. Clint Eastwood filma homens como se filmasse estátuas: na distância, no respeito e no pudor. É assim que se fundam os mitos, quando a forma se verga perante a impossibilidade de transpor a linha que contorna. A História é impenetrável e torna-se inspiradora precisamente por causa desse factor que nos afasta, que nos impede, que nos reduz à nossa insignificância.
vai onde o mar é mais profundo

isto tem a ver com Lucas 5,1-11

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Panfleto

Quando tudo ruir, quando a bomba finalmente explodir, o que é que resta? Resta a língua materna. Hannah Arendt

Evangelho Quotidiano

Hoje a cabeça de João Baptista é oferecida sobre um prato. De que valem os juramentos que cumprimos neste mundo se nos traímos a nós e a Deus? tudo isto e muito mais em Marcos 6,14-29

Revista de Actualidades


Hoje. No Maxime. Uma juventude que marcha.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Coisas que irritam #8

Dar nomes em latim a coisas de agora.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Da República em Portugal e dos motivos para celebrá-la


Aqueles sítios em Coimbra onde os estudantes partilham poiso com garrafas de aguardente. O terror e o pandemónio, a desorganização e o poder da bala. O Dr. Soares. Será preciso dizer mais? Será. Repare-se na sequência histórica que sucedeu à morte do Rei D. Carlos. Uma I República do faroeste, 30 anos de ditadura + 30 de decadência. E uma bandeira feia, feia, feia.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Nacionalidade

Achei que era Grego até ao dia em que percebi que era Português. A partir daí tornei-me Romano.

Coisas que irritam #7

Pessoas que utilizam, aleatoriamente ou não, expressões em italiano.

Do meu nome

Na letra F do glossário da edição da Relógio d'Água do Fausto essa das belíssimas ilustrações da Ilda David, surgem algumas pistas acerca do nome que um dia escolhi para mim. Também para me lembrar que tenho de ser um pouco menos diplomático. 
Fúrias - Nome latino das Erínias, deusas da vingança e do castigo. Originalmente jovens e belas, transformam-se mais tarde em figuras terríficas de mulher, com serpentes nos cabelos, olhos gotejantes e baba na boca. 

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Aviso

A nostalgia, magia, doentia prosseguirá, invicta.
Esta frase faz parte de um texto maior, depois mostro.

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Meteorologia #6 (ser só mais um)

Às vezes molha, às vezes não. Às vezes encandeia, às vezes não. Tempo certo para adiar decisões, não pensar em nada. Estar à mercê do capricho climático, ser só mais um. Para somar à vida.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Coisas que irritam #6

O dia 1 de Janeiro.

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Sou de um País

cujo rumor é passível de ser decifrado no gesto incompleto de certas arquitecturas. Agrestes, pálidas. Na geografia antiga e ingénua que a montanha decidiu. Sem pecado. Que ainda não existe.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Nem por acaso

Os Discos Com Sono disponibilizam o duplo single do Clube Naval, Fundação Atlântica, 1983 (bom ano).  Neste mesmo dia começa a empreitada d'Os Capitães da Areia, banda que alegremente irei produzir. O Verão 2010 começa já.

Haverá alegria maior

do que a notícia do matrimónio de um grande, grande amigo?
 
Provavelmente sim, mas ainda não chegou a minha hora.

Meteorologia #5 (como se fosse outro país)

As condições climatéricas apresentam-se luminosas e com temperaturas próprias para o uso de luvas. É assim quando se viaja para uma grande capital do Norte. Anda-se por Lisboa e pensa-se em passar a manhã em museus ou em descobrir roteiros culturais. Anda-se por Lisboa como se fosse pela primeira vez.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Coisas que irritam #5

Passageiros que se descalçam.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Escolho não ser

de um tempo no qual as manifestações com que me deparo no Largo Camões são as de profissionais dos clubes de vídeo contra o download ilegal.

Não é pelo downlolad ilegal, nem pelos profissionais dos clubes de vídeo, mas é que, de facto, escolho viajar para outro tempo.

Anconteceu e foi simétrico

Escadarias no interior de um edifício em Lisboa. Uma de cada lado, confluem para o mesmo ponto. Na da esquerda o Pai, manco, na outra o filho, ágil. Para o mais novo esta descida é uma alegre competição.

Filho - Vou-te ganhar!
Pai - Vou-te perder.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Janeiro

Homens de resistência e fortaleza. Homens que defendem um tempo. Ultrapassados. Homens fiéis que erguem o estandarte da palavra e da tradição. Levá-la-á consigo Clint Eastwood para sempre, provavelmente. Mas a esperança não manca estanca alcança. Esse regresso, algures do futuro.

Janeiro














palavra
amizade
resistência, sim, resistência.

Na cinemateca, em Lisboa, o último dos grandes conservadores, Sam Peckinpah.

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Verdade Popular

Tive a manhã toda a ouvir o Martinho. É mesmo assim: desorientados.blogspot.com transformado em canções. O mais desconhecido iconoclasta de Lisboa a revelar verdade popular. Ele La Tiene.

Subsídio

Tenho muitos planos. Tenho muitas ideias. Boas. Tenho muitas coisas aos saltos dentro da cabeça e dentro do coração. Para lá do oceano há terras cheias de riquezas. Só preciso de financiamento.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Mundo prepara gigantesca operação humanitária

Enquanto caminhava pelo Jardim do Império, Belém, uma senhora, enquanto caminhava pelo Jardim do Império, Belém, caiu. Assim, sem mais. Caiu. Alguém vai a andar pelo dia igual e cai. Pumba.

Com certeza que fui ajudar a senhora a restabelecer o equilíbrio e até providenciei uma caixa de primeiros socorros para o sangue que vertia do seu nariz. Fiquei a pensar nisto durante vários dias e contei a história a  alguns amigos. Meia volta recordo o episódio e ainda me faz confusão. Experimentei aquilo à Jacinto Lucas Pires, com onomatopeias e justaposições a unificarem tudo, até porque a situação poderia estar num conto seu: alguém-que-cai-assim-sem-mais-nem-menos. E o terramoto que é.

Alta fidelidade

O Samuel Úria de "Nem lhe tocava" foi crescendo, foi crescendo, foi crescendo. Parece que afinal também tem o dom das epifanias. Alta fidelidade a uma das propriedades que mais me encanta na FlorCaveira. Redimo as baratas considerações e peço um autógrafo.

quinta-feira, janeiro 14, 2010


Não padeço de um modo subtil, e estarei à altura do desejo
 (último, primeiro, não interessa muito).
Fora estas e outras coisas, com Eric Rohmer, 
o que partilho, mesmo, é o apreço pela sazonalidade.
Até um dia Eric Rohmer.

Pessoas que deviam ser palavrões

todas as que o dizem.

Sou de um país

que está mal consigo próprio, logo mal com estes que o bem dizem. Não vai à bola com precipitação, vagas desfavoráveis, desiste e ri-se perante planos de grandeza. Ele exige demasiado e nunca mostrará gratidão. Mas como este país não existe no meu coração, é tranquilo.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Palavras que deviam ser palavrões

A expressão "tuga".

Não cumpri o serviço militar obrigatório

Mas gostaria de combater.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Reis

Tão triste que ardeu dezenas de vezes a mesma canção pela tarde fora. Temendo o ameaçador naufrágio iminente. Mas serena. Vai atrás dela. Não serenes.

terça-feira, janeiro 05, 2010


o rapaz bem tenta

mas sofre de tristeza crónica

o rapaz bem tenta

mas chove sempre dentro do seu coração

o rapaz bem tenta

mas chove sempre dentro da sua cabeça

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Velha Aliança

Quando eles pedem Sol, por cá chove; quando estão tristes, nós ponderamos saltar da ponte sobre o Tejo; se estão alegres forma-se nevoeiro na segunda circular; quando a sua amada parte, a nossa parte para sempre.
É assim mesmo, ainda antes do mapa cor-de-rosa, sempre a perder.

Meteorologia #4 (simbiose brit)

Quem melhor que os ingleses para inventarem canções solares perfeitas para dias como este: de Janeiro, de chuva, de amores destruídos.



(vá, fechem lá os olhos e ouçam isto ao mesmo tempo que ouvem a chuva)

Coisas que irritam #4

A palavra "cantautor".