quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Primeiro passo

A possibilidade de encontrar reminiscências da verdade na comunidade em que nos inserimos, na nossa rua, na nossa vila, no nosso país, é um facto e parte, apenas e só, da disponibilidade interior para nos descentrarmos do umbigo que a sociedade contemporânea insiste, promove e insiste. O mesmo umbigo cuja obsessiva admiração nos faz bater contra as paredes. Tirania hedonista, tirania egocêntrica. Qualquer coisa desse género. Ao assumirmos a transcendência daquilo que somos, herdeiros de histórias, produto de séculos, filhos, netos e bisnetos de uma invenção bem mais larga que nós, damos o primeiro e certeiro passo em direcção ao que realmente nos consome e faz arder por dentro e por fora. O primeiro passo em direcção à verdade. É preciso dizer eu não sou eu, mas o outro, é necessário situarmos-nos de novo num lugar comum, o lugar de toda as pessoas que partilham as mesmas histórias, o mesmo peso, os mesmos avós. Chamemos-lhe pátria. Chamemos-lhe casa. Chamemos-lhe amor.
Mas o largo horizonte daquele que tem fé, a propensão mística de uma certa cristandade dá um segundo e importante passo. O da consciência da finitude. Da consciência que nada, nem mesmo nós somos propriedade seja de quem for - o nosso corpo não é nosso, mas um empréstimo a longo prazo se soubermos estar à altura da sua esplêndida arquitectura. Da assunção de que este estágio não é senão um treino para algo maior, algo que realmente nos transcende e que ansiamos com ardor. 

E se a pátria acabar? A pátria de um cristão não é deste mundo. Um cristão deve sacrificar a pátria à verdade.

Não depende da nossa vontade esse imortal desígnio, e a questão de Miguel de Unamuno é derradeira lição de insignificância. Mas antes, repito, dá-se o primeiro passo.

Escolhi a vida das bandas, também, por causa disto, 

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Cedência

Um verdadeiro cristão troca a Pátria pela Verdade. Sem pestanejar. 
(voltarei a isto mais tarde)

A Agonia do Cristianismo do Miguel de Unamuno volta a fazer parte da agenda do dia.