quinta-feira, dezembro 01, 2011

Um caminho português

A banda musical na qual militei entre 2008 e 2011 (na verdade começámos a ensaiar juntos, ainda em 2005) começou pelo impulso adolescente próprio de quem cresceu a ouvir as coisas certas; cresceu através de divagações conceptuais, avalanches sonoras, sonhos de grandeza; cristalizou-se no emagrecimento dessas mesmas divagações e na certeira escolha de um caminho que já vinha a ser percorrido, mas que no momento-chave ficou definitivamente apurado: um caminho português.

Dia 29 de Novembro de 2011, Os Golpes emitiram o seguinte comunicado: 

A todos os que têm vindo a alimentar e acompanhar a história do Luís, Manuel Fúria, Nuno Moura e Pedro da Rosa 
que juntos se chamam Os Golpes:


Decidimos suspender toda a actividade da banda. 
Apresentam-se novos caminhos nas nossas vidas, caminhos que queremos desbravar.

Conforta-nos saber que há um passado que nos faz dançar e para o qual podemos olhar com muito orgulho.

A todos com quem nos cruzámos ao longo da estrada, muito obrigado.

Até mais tarde e prazer em conhecer-vos!

Os Golpes



O caminho que percorro e percorrerei até ao fim dos meus dias será esse que começou antes de eu sequer saber que já o percorria. O mesmo do impulso adolescente, dos sonhos de grandeza e de verdade. O caminho que desbravo e desbravarei é esse mesmo, um caminho português.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Efeméride

Regresso à actividade do blogue. Por ter alguma tendência errática, a disciplina que a escrita internética sofre com isso. Mas não é preocupante. Por isso vamos a assuntos sérios:

Comemora-se esta semana os 30 anos da mais importante banda de sempre. A mesma que me ofereceu inspiração para o nome da editora que fundei (Amor Fúria surge do nome da canção Amantes Furiosos). A mesma que transportou a grandiosidade do Kagemusha para as canções, a mesma que transportou consigo 1000 anos de História em cima. Aquela que procurou a modernidade submersa na tradição. É do caraças.


terça-feira, julho 19, 2011

Notas

Uma montanha por cumprir, solidões por agrupar. O país do anúncio, diferente daquele que guardamos na memória mas que existe no precipício da esperança.
Manuel Fúria


Dá-me a voz das pedras, das pedras dá-me a voz
Não largar a festa, não largar a foz
Tenho um arcaboiço e uma faca afiada
Mas ainda não sou 
Os Velhos


Cada artista vem ao mundo para dizer só uma coisa, une seule toute petite chose. É só isso o que tem de encontrar, agrupando tudo o resto em redor dela. 
Paul Claudel

segunda-feira, julho 18, 2011

Desejo de uma magna reunião de cacos de porcelana



Sim, desejo de modo intenso que os Heróis do Mar se juntem para um concerto. Mesmo muito. E já agora a Madredeus com a Teresa Salgueiro, acordeão e violoncelo. Apesar de óbvio é importante que o diga assim, para inglês ver.

sexta-feira, julho 15, 2011

O tempo está do meu lado

Não acredito nos revivalismos, do mesmo modo que não acredito na República: a coisa até se faz, mas soa farsola. Reitero: tudo vem do passado, do futuro e do presente, sem distinção aparente, 3-2-1, já!
O tempo é meu e está do meu lado, tal qual Mick Jagger o canta. Tenho quantos anos quiser, vivo no ano que for preciso, ando perdido pela História. Das coisas do homem e das coisas de Deus. 

A primeira categoria da consciência histórica não é a memória ou a lembrança: é o anúncio, a expectativa, a promessa. F. Nietzsche

quinta-feira, julho 14, 2011

Aos Vivos

Na semana transacta festejámos forte e feio no Optimus Alive. Amor Fúria Aos Vivos foi o nome do evento que organizámos num dos palcos do festival. Concorremos com os Coldplay, imaginem... não basta serem bimbos, são também extremamente populares. Não passa nada, tranquilos, olhar fixo no horizonte. O Verão Azul, Asterisco Cardinal Bomba Caveira, O Deserto Branco, Manuel Fúria e os Náufragos, SALTO, Smix Smox Smux, Feromona, Os Capitães da Areia, Velhos e ainda Rui Pregal da Cunha, Golpes e Gonçalo Mendonça nos pratos dos discos. C'um caraças... A verdade é que há 4 anos atrás ninguém adivinharia tal coisa, quer dizer, dentro do perfil megalómano de alguns de nós passou isso e muito mais, muito mais. Agora, acção de graças; é coisa boa sentir que aquilo que se escreve no calor da mocidade pode ter correspondência concreta no tempo: um exército de rapazes e raparigas de caras e almas pintadas, pronto a transformar as emoções colectivas num momento partilhável pelas multidões. É coisa boa saber que ainda está tudo a começar. É coisa boa saber que se vai cumprindo o que está por cumprir.

Agora fiquem com o Vinny Reilly e com alguma coisa do tempo estival que os dias estão para isso.

Imagens e som em movimento para promover o segundo disco que assino em nome próprio.


 Depois de Manuel Fúria apresenta As Aventuras do Homem Arranha de 2008, segue-se Manuel Fúria Contempla Os Lírios do CampoA sair para o comércio da especialidade no último trimestre de 2011 através da Amor Fúria, Companhia de Discos do Campo Grande
A coisa foi filmada pelo Frederico Torres Pereira na primeira apresentação de Manuel Fúria com os Náufragos. No Promontório, em Lisboa.

quarta-feira, julho 13, 2011

sexta-feira, abril 29, 2011

Pequenas maravilhas que adquiro em bombas de gasolina deste nosso Portugal #2

A2
Sentido Sul-Norte
Área de Serviço de Alcochete


 Manuela Moura Guedes
Alibi
1982
    6,95 €

composto, tocado e produzido pelos GNR.
Parece fácil.

segunda-feira, abril 18, 2011

Da Cidade Trovoada



Eu avisei que estávamos na Primavera e o Verão ainda não chegou. Viva Chuva.

quarta-feira, abril 13, 2011

pequena nota

O post anterior contém citações retiradas de uma biografia que ando a ler. É também inspirado no carácter do personagem em causa. A biografia é escrita pelo Ian Kershaw. A personagem é o Adolfo Hitler. Serve, também, para ilustrar a canção que vai assim: Em cada cinco pessoas / há sempre seis ou sete ditadores. Tiago Guillul.

Coisas que irritam #14 (em exibição no Chiado)

A orgulhosa ostentação de múltiplos lugares-comuns em relação à cultura geral e à arte. O sabe-tudo opinioso. O modo insinuante e a candidez em sociedade. Os maneirismos exagerados, a cortesia desmesurada e afectada. A deselegância e insegurança palavrosa. Os erros ortográficos em voz alta. A vontade afirmativa demolida numa inevitável, palpável e estupenda banalidade.

De volta

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Primeiro passo

A possibilidade de encontrar reminiscências da verdade na comunidade em que nos inserimos, na nossa rua, na nossa vila, no nosso país, é um facto e parte, apenas e só, da disponibilidade interior para nos descentrarmos do umbigo que a sociedade contemporânea insiste, promove e insiste. O mesmo umbigo cuja obsessiva admiração nos faz bater contra as paredes. Tirania hedonista, tirania egocêntrica. Qualquer coisa desse género. Ao assumirmos a transcendência daquilo que somos, herdeiros de histórias, produto de séculos, filhos, netos e bisnetos de uma invenção bem mais larga que nós, damos o primeiro e certeiro passo em direcção ao que realmente nos consome e faz arder por dentro e por fora. O primeiro passo em direcção à verdade. É preciso dizer eu não sou eu, mas o outro, é necessário situarmos-nos de novo num lugar comum, o lugar de toda as pessoas que partilham as mesmas histórias, o mesmo peso, os mesmos avós. Chamemos-lhe pátria. Chamemos-lhe casa. Chamemos-lhe amor.
Mas o largo horizonte daquele que tem fé, a propensão mística de uma certa cristandade dá um segundo e importante passo. O da consciência da finitude. Da consciência que nada, nem mesmo nós somos propriedade seja de quem for - o nosso corpo não é nosso, mas um empréstimo a longo prazo se soubermos estar à altura da sua esplêndida arquitectura. Da assunção de que este estágio não é senão um treino para algo maior, algo que realmente nos transcende e que ansiamos com ardor. 

E se a pátria acabar? A pátria de um cristão não é deste mundo. Um cristão deve sacrificar a pátria à verdade.

Não depende da nossa vontade esse imortal desígnio, e a questão de Miguel de Unamuno é derradeira lição de insignificância. Mas antes, repito, dá-se o primeiro passo.

Escolhi a vida das bandas, também, por causa disto, 

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Cedência

Um verdadeiro cristão troca a Pátria pela Verdade. Sem pestanejar. 
(voltarei a isto mais tarde)

A Agonia do Cristianismo do Miguel de Unamuno volta a fazer parte da agenda do dia.

domingo, janeiro 23, 2011

Pequenas maravilhas que adquiro em bombas de gasolina deste nosso Portugal

A1 
Estação de Serviço de Pombal
Sentido Norte Sul


João Peste e Acidoxibordel
1990
3,80€
Viva o Rei!

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Institucional 4

sexta-feira, janeiro 14, 2011

AS61

Já tinha escrito aqui há uns tempos acerca do António Sérgio. Esta é a transposição visual da coisa. A propósito dos 61 anos que hoje celebramos no São Jorge. Dead Combo, Os Golpes, Linda Martini, Peste e Sida, Moonspell, Xutos e Pontapés. Chiça!

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Tempos de crise (com Leonard Cohen na estereofonia)

Muitas vezes regressou ao princípio das suas intenções. Muitas vezes pesou o mundo na mão esquerda e ,cega, a diligência na mão direita. Mas os pobres continuaram pobres e os ricos enriqueceram. Mas automóvel vazava combustível e o condutor cantarolava em uníssono fm.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Tutoriais

Aprendi com a experiência que as tomadas de decisão, as resoluções, os planos que se constroem têm mil vezes mais força quando lhes aquecemos as costas com a canção certa e o teledisco certo.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Esqueci-me de avisar...

...deste artigo.

Esclarecimento alquímico

Não é o meu papel procurar inventar a invenção da pólvora. É que as suas propriedades são de tal ordem pujantes que aquilo que me coube foi a sua intrépida defesa. Nem que para isso seja precisa a invenção dos mais variados mecanismos. Uma canção, por exemplo. 

segunda-feira, janeiro 03, 2011

2010 - O Momento

Aos 38 segundos, o instante que me regista a engraxar os sapatos ao Rui Pregal da Cunha. Haverá maior gesto de reverência?